segunda-feira, 12 de julho de 2010

Lembra disso, Flor?

"Você que vive nas indeterminações dos processos, nesta entrega, intrínseca no fôlego do seu existir, das coisas que te parecem vagas, que te parecem aceitas, entre a aceitabilidade possível e a sua luta para mudar tudo.



E você continua nessa forma, nesse caminhar, sem a presença de quem sonhou, apenas com a realidade que aos poucos deixa de ser.


Você na imensa capacidade de se levantar, desconstrói-se, fragmenta-se e perde-se nos resquícios do tempo, onde o tempo tudo move.


Este mover te pertence, sim, perde-se na intemporalidade de tudo o que possa passar.


Naquele dia deixou de pensar e o pensar acomodará como tudo o que ficará estático.


Essa fase em sua vida foi uma vertigem, um deslumbramento de uma chuva de estrelas. Você quis segurar o vento em mãos fechadas, mas ele se foi...


E eu, em minhas orações pergunto à Deus: "Por que é assim? Por que tem que ser assim com você, que tantas alegrias merece, que tantas alegrias dá?"


Um dia, eu sei, ainda nos lembraremos bem, daquelas palavras pronunciadas em tom de certeza. Certeza meu Deus, como se alguém tivesse alguma certeza, de alguma coisa.


Um dia tudo soará tão distante, verá!


E sentirá a placidez desse ressecado lago, com vida, sim, mas sem nada mais do que isso, e tudo seguirá como se nada tivesse se perdido, como se o tempo não te arrancasse bocados, como se a alma não se ressentisse do frio dos dias.


Alguém te disse coisas dolorosas, é verdade, disse-o porque sentia ou porque queria sentir...Mas não significa serem verdades as monstruosidades por nós escutadas, mas jamais ouvidas!


Porque você é forte...firme...guerreira e ficou quando o espírito corria a todo vapor na direção oposta.


E o que te restou foi o fim da linha, foi amar desesperadamente no fim dos capítulos, foi pedir ao mundo amor quando quem esteve ao seu lado só matava a fome com migalhas porque ele agonizou diante de sua mesa farta...para quem nada tem...nada sabe receber...O que você deu, foi tanto, que não soube o que fazer diante da vastidão de seus sentimentos, minha flor!


Deus me ouvrirá e não deixará que você ao acordar um dia, não saiba o que fez do tempo que passou entre o sonho e a solidão.


Um dia, dirá apenas que já não importa o que o vento disse...porque tudo se foi...Voou...como pó que é.


E em suas mãos de sopro de luz e felicidade, estará a alegria do "por vir"...E tudo virá quanto mais você sonhar...Em suas mãos...


Eu prometo! "

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