terça-feira, 13 de julho de 2010

Se não for agora, quando?




Tem hora de parar e tem hora de partir.

Tem hora de permanecer quieto e calado num canto,

e tem hora de cantar e de voar.

Agora, agora não é hora de dobrar as asas,

nem de calar a voz,

nem de catar gravetos para fazer o ninho.

Agora não é hora de sentir remorsos.

Não é hora de buscar consolo,

nem de caiar o túmulo.

Agora que estou na beirada,

bêbado de alegria

e pronto para o salto,

não me segure em nome de nada.

Não queira impedir-me

dizendo que é muito cedo,

ou que é muito tarde,

ou que está escuro, é perigoso, muito alto,

muito fundo, muito longe...

Não!

Se você não puder incentivar-me para o salto;

se você não puder empurrar-me

em direção à Vida,

então não me segure.

Não me prenda, nem me amarre.

Não envenene com teu medo a minha dança.

Seja só uma silenciosa testemunha desta vertigem.

Porque agora, agora é hora de voar.

É hora de abrir-me a todas as possibilidades.

E saltar num vôo livre e sem destino

para dentro de mim mesmo.

                                                                          ...Tinha que ser ele...Edson Marques

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